quinta-feira, 20 de setembro de 2012


HIPNOSE 

Teorias, Factos e Mitos

A Hipnose causa furor entre as mentes informadas e menos informadas, alguns enfatizam os seus mistérios, outros mostram a sua simplicidade.
A verdade é que o assunto “Hipnose” é hoje em dia algo muito comum nos meios terapêuticos. A cada dia a medicina e vários estudos académicos derrubam a ideia errada de que a hipnose é uma prática mágica, esotérica ou teatral. Hoje, é reconhecida como um eficaz método terapêutico e tem sido aplicada em diversos tratamentos e praticada até mesmo em hospitais.
Saiba mais sobre o  que é a Hipnose e o que ela pode fazer por si.

Há muito preconceito e informações equivocadas sobre o que é e como funciona a Hipnose, vamos clarificar alguns pontos e compreender melhor…

Existem muitos mitos e preconceitos sobre a Hipnose. Talvez devido à chamada Hipnose de Palco mostrada em filmes, desenhos animados e novelas de forma totalmente errônea, denegrindo assim da hipnose. Muitos criticam-na sem ter qualquer conhecimento do que é, como funciona e para que serve.
Hipnose é um estado natural de consciência diferente do estado de vigília, semelhante ao sono, é um estado temporário de atenção modificada.
A hipnose é simplesmente um método de comunicação que induz um transe ou um estado semelhante a um transe. Na verdade, não é nada que você nunca tenha experimentado. Todos nós entramos e saímos de um transe muitas vezes por dia sem nos darmos conta disso!
Quando uma pessoa está hipnotizada é possível comunicar diretamente com a mente inconsciente, que não critica nem raciocina do mesmo modo que a mente consciente. Este estado hipnótico é caracterizado por um marcante aumento quer da criatividade e da receptividade à sugestão, como também da capacidade para modificar a percepção e a memória. Além disso é também caracterizado pelo potencial para o controle de uma variedade de funções fisiológicas usualmente involuntárias.

Quando a pessoa está hipnotizada ela está dormindo?

Não. O nome Hipnose tem como origem o Deus grego do sono chamado Hypnos e foi utilizado pela primeira vez em 1843 por um físico Inglês chamado Dr. James Braid. Este nome pode causar a impressão errada de que hipnose é a mesma coisa que sono.
Transe hipnótico não é sono, apesar de algumas pessoas ficarem tão relaxadas que podem adormecer. No entanto, isso não é um problema porque uma parte da mente continua a ouvir a voz do hipnólogo. No estado de hipnose os reflexos estão presentes enquanto que num estado natural de sono os reflexos são diminuídos ou inexistentes.

A pessoa hipnotizada fica inconsciente?

Quase todos nós encaramos com algum temor ou desagrado a possibilidade de perder a consciência. Na verdade, isso não acontece, a pessoa é capaz de perceber o que se passa à sua volta.

Todas as pessoas podem ser hipnotizadas?

Noventa por cento das pessoas podem ser hipnotizadas sem problemas. Não é possível hipnotizar uma pessoa que tenha algum tipo de debilidade mental. É necessário imaginação e boa vontade para cooperar e aceitar as sugestões. A melhor pessoa a ser hipnotizada é aquela que é criativa e possui motivos para ser hipnotizada.

Quanto mais profundo for o estado hipnótico maiores serão os resultados?

Não é necessário estar num estado hipnótico profundo para se beneficiar da hipnose. Muitos resultados e a maioria dos trabalhos são feitos a partir de um estado de hipnose leve.

Como exatamente a hipnose funciona?

A aplicação da hipnose é baseada simplesmente no conhecimento psicológico do relacionamento entre a mente consciente e a mente inconsciente.
A hipnose pode alterar a maneira como o cérebro interpreta a experiência e pode mudar as percepções, os pensamentos, os comportamentos, e os sentimentos da pessoa.
No momento em uma pessoa se encontra num estado hipnótico, as "defesas" oferecidas pela mente consciente (razão) diminuem e assim, ideias que originalmente eram questionadas e ou ridicularizadas, começam a ser facilmente transmitidas para a mente inconsciente.
No estado hipnótico a mente consciente fica "desligada" impedindo o seu poder dedutivo. Isso permite fazer com que a pessoa entre num profundo estado de sensibilidade e possa ressignificar as suas memórias.
A hipnose funciona porque todos os seres humanos são sugestionáveis. Sugestão é o segredo chave do hipnotismo.

Como acontece este processo de sugestões hipnóticas?

A hipnose ressignifica situações, pensamentos, ideias e atitudes que a pessoa não conseguiria fazer de uma forma racional. Se a hipnose pode trazer novas sugestões, pode com isto formar novas ideias e crenças, permitindo que você acredite que “alface é delicioso” e que “amanhã irá ficar calmo quando estiver a apresentar a sua tese”.
Nós somos reflexos das sugestões que aceitámos simplesmente porque elas formam as nossas crenças sobre o mundo e sobre nós próprios. Essas crenças estão armazenadas no nosso inconsciente.
As sugestões chegam de diversas fontes: família, televisão, sociedade, professores e 90% são instaladas antes dos 6 anos de idade quando a capacidade crítica ainda se está a desenvolver.
Essas crenças e memórias impedem a pessoa de visualizar o seu pleno potencial, e diariamente poderá dizer frases como: "Eu não posso”, “Eu sou gordo”, “Estou com medo”, “Não adianta tentar”, “É difícil”, “É impossível", e cada vez mais se auto-sugestiona negativamente e limita o seu poder de atuação.
Apesar da mente inconsciente ter o poder de aceitar e armazenar sugestões negativas, esta notícia tem o seu lado bom. O inconsciente é uma “máquina” poderosa que não possui críticas nem julgamentos. Aceitará como literal e verdadeiro qualquer sugestão que possa chegar até lá, e este é o poder da hipnose.

A ciência já conseguiu explicar a hipnose?

A ciência já começou a desvendar e a explicar a hipnose, a hipnose é reconhecida pela medicina. Um dos primeiros reconhecimentos abrangentes do potencial cientificamente comprovado veio em 1996, quando o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (principal órgão de pesquisa médica do país) reconheceu sua eficácia para aliviar a dor em doenças crónicas, como o cancro.
A explicação é que a hipnose provoca modificações profundas no funcionamento do cérebro, alterações essas documentadas por exames de imagem precisos e sofisticados.
Esses estudos usaram tomografia funcional ou seja, técnicas que acompanham mudanças nas várias regiões do cérebro, para ver o que acontece na mente de uma pessoa hipnotizada.
Os resultados reforçam o efeito real da hipnose sobre a mente.
Em um exemplo com os estímulos visuais, primeiro os investigadores mostraram a pacientes não-hipnotizados uma tela totalmente preta e examinaram as suas actividades cerebrais. Depois, mostraram uma tela totalmente vermelha, registando de novo os padrões de actividade cerebral. Após hipnotizarem as pessoas, eles diziam-lhes que estavam a ver uma tela vermelha, embora a tela real fosse preta. Surpresa: o padrão cerebral dos hipnotizados era o de quem estava a ver a tal tela vermelha inexistente.
Hoje, o conceito médico de hipnose é claro: trata-se de um estado alterado de consciência induzido por profissionais capacitados. Nesse estado, há mudanças nos padrões das ondas cerebrais e várias estruturas do cérebro são ativadas com maior intensidade, em especial as relacionadas à memória e às emoções.

Onde pode ser aplicada a Hipnose?

Pode ser utilizada na área da saúde e traz muitos benefícios quando utilizado nas cirurgias, sendo excelente em anestesia e analgesia. Também é indicada para tratamentos de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, tabagismo, obesidade, alcoolismo, drogas, insónia, gaguez, processos de aprendizagem, memória, compreensão e concentração nos estudos, mudança de hábitos, mudança de comportamentos, entre outros. Serve ainda como técnica de fortalecimento do ego, aumento da auto-estima e técnica motivacional. Ou mesmo para o treino e melhoramento de resultados de atletas.

E na vida profissional? Quais as profissões em que a hipnose pode contribuir mais? 

A hipnose pode ser usada para ajuda pessoal em qualquer área profissional. Destacando-se como uma poderosa ferramenta para médicos, psicólogos, terapeutas, dentistas e coaches.

(fim da primeira parte)

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